segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

"O Brasil é muito importante para ser ignorado..."


'O BRASIL ESTÁ SE TORNANDO MUITO IMPORTANTE PARA SER IGNORADO'

EM ENTREVISTA A NEGÓCIOS, DAVID SCHMITTLEIN, DIRETOR DA ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DO MIT, FALA SOBRE O PAPEL DAS EMPRESAS E DOS LÍDERES BRASILEIROS NO NOVO CENÁRIO DA ECONOMIA GLOBAL

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David Schmittlein, diretor do MIT Sloan School of Management (Foto: Divulgação)
O pensamento puramente lógico perdeu seu espaço no mundo. Não há mais lugar para o certo e o errado. Ao menos, em tempos de crise. Essa é a percepção de David Schmittlein, diretor da MIT Sloan School of Management, uma das mais conceituadas escolas de liderança do mundo. À frente da instituição desde 2007, Schmittlein viu a crise mudar paradigmas nas organizações norte-americanas e, consequentemente, a forma de ensino da liderança.
Para ele, os líderes e organizacões da atualidade precisam de resiliência e flexibilidade para se adaptar às constantes mudanças econômicas. “Precisamos de gente com vontade de fazer e preparadas para lidar com a verdade", diz.
Se por um lado a crise diminuiu os investimetos em inovação e tornou as empresas mais conservadoras, por outro abriu espaço para o surgimento de novas lideranças globais. Schmittlein acredita que os países emergentes e o Brasil estão diante de uma oportunidade. “O Brasil está se tornando muito importante para ser ignorado. Alguém vai substituir os países que vão perder relevância. E pode ser o Brasil”, diz.
Diante do atual cenário da economia mundial e dos eventos que o Brasil vai sediar nos próximos anos, o diretor do MIT diz que é chegada a hora do país fazer sua resolução de ano novo: descobrir um setor na economia no qual seja bom o suficiente para assumir a liderança global e projetar empresas e a marca do Brasil para o mundo. “Há pelo menos duas ou três empresas brasileiras com potencial para se tornar uma marca global. A Natura é um exemplo disso. Mas por que não temos outras cinco Naturas, que queiram falar do Brasil para o mundo?”
Em passagem pelo país no fim de novembro, Schmittlein falou a NEGÓCIOS sobre liderança, empreendedorismo e a economia global, assunto que acompanha com entusiasmo e de perto durante suas viagens anuais pelo mundo para divulgar o MIT.
O que mudou na gestão das empresas norte-americanas desde a crise de 2008? 
As empresas estão sendo muito conservadoras, não estão tomando muitos riscos para investir. Elas estão tendo muito lucro, mas estão investindo pouco em pessoas e em tecnologia. Há muita incerteza sobre a economia e sobre o governo, então a forma de manter a lucratividade é tendo muita produtividade. Como consequência, o desemprego continua alto. Há um conservadorismo principalmente por parte das instituições financeiras que ainda não estão prontas para lidar com o cenário e seguram mais dinheiro do que o necessário.
Esse conservadorismo afeta inovação?
Pelo menos o tipo de inovação que requer grandes investimentos, porque quando se trata de processos, não é necessário muito. Houve uma diminuição no investimento em produtos. Algumas empresas escolheram não lançar produtos por causa dos custos
Diante desse cenário, o MIT mudou a forma de ensino de liderança?
Eu acho que para os estudantes, o principal ponto da crise foi uma mudança de parâmetros . Hoje, a resiliência por parte das organizações e dos indivíduos que nela trabalham são uma parte fundamental da gestão. Não há mais certo e errado. O que é certo hoje, não o será mais em dois anos. No último verão percebi que temos mais alunos trabalhando em projetos de  empreendedorismo e com foco em países em desenvolvimento. Acho que uma consequência valiosa da crise é que precisamos mais das pessoas, gente com vontade de fazer e resiliência para lidar com a verdade.
Com a crise afetando também a Europa, temos mais oportunidades para o Brasil e os emergentes? 
Não há uma solução no curto prazo para a crise. Nossos filhos ainda estarão falando sobre a crise na Europa daqui a 15 anos. Não é algo que será resolvido rápido. As grandes soluções para a crise na Europa vão levar de dez a 15 anos para acontecer, porque o nível de envidamento é muito grande. Vai demorar dez anos porque a produtividade e o PIB desses países precisam ser aumentados em um nível muito alto. Como ter atividade econômica suficiente para pagar os débitos e as dívidas que você tem? Certamente vai levar muito tempo. Eu acho que todo mundo espera que as emergentes cresçam mais e de forma mais desenvolvida. O Brasil tem um desafio pela frente que é lidar com a escassez de mão de obra. O crédito ao consumidor brasileiro também está crescendo em um nível que começa a ficar preocupante, quase perigoso. Há muitos ganhos em produtividade a serem feitos, muitas oportunidades de parcerias para engenharia, tecnologia e liderança. Mas o Brasil precisa melhorar em inovação. Encontrar um setor da economia no qual seja relevante o suficiente para despertar a sua liderança globalmente. É questão de decidir onde investir e fazer uma escolha. Não adianta fazer um pouco de cada coisa.
Como as organizações e os líderes podem colaborar com isso?
Há uma corrida que tende a acontecer conforme uma economia se desenvolve. Há a sofisticação na gestão, as organizações se tornam mais complicadas. O que acontece em economias mais desenvolvidas é a preservação de capital para investir em inovação em tempos difíceis. Quanto mais investimento em inovação, mais a economia está preparada para lidar com a crise. Nas economias mais avançadas você vê os diretores protegerem suas finanças, mesmo que isso signifique cortar o lançamento de novo produtos, para não perder a capacidade de inovar.  Existe um outro ponto muito importante para a visibilidade do Brasil globalmente: as empresas usarem seus negócios para mostrar que o Brasil é legal, tornar o país uma marca. Há pelo menos duas ou três empresas brasileiras com potencial para tornarem suas marcas globais. É uma oportunidade que demanda investimento. O Itaú Unibanco experimentou um pouco disso. Mas aí entra uma questão: você quer ser uma empresa global? Vai assumir essa posição? Eu diria: por que não? Mas é preciso ser confiante para fazer isso. Ter disciplina. A Natura hoje é um exemplo disso. Mas por que o Brasil não tem outras cinco Naturas, que queiram falar e mostrar o país para o mundo?
Quando você fala sobre ter confiança, quer dizer que esse avanço tem mais a ver com marketing do que com investimento?
Sim. Com marketing e a capacidade comunicar e contar uma boa história. Ter uma boa embalagem e produtos ligados ao estilo de vida brasileiro.
As pequenas empresas também podem ocupar esse espaço?
Às vezes o papel delas é promover uma competição com as grandes empresas. Elas são um bom lugar para um graduando trabalhar, geram empregos, mas é difícil esperar um efeito macroeconômico delas.
Muitos empreendedores estão tendo sucesso no Brasil com negócios no mundo virtual, mas ainda apostam em 'copycats' (cópias) de modelos norte-americanos em vez de criar o próprio modelo. Esse comportamento é normal em se tratando de uma país que ainda está criando uma cultura empreendedora? 
Vocês deveriam ter originalidade. Eu me pergunto por que essa originalidade não existe? Creio que há basicamente duas razões. A primeira é que é muito mais fácil fazer dinheiro sem ser original. A segunda é quanto risco você pode assumir. Investir em um copycat é o mínimo de risco pela mesma quantidade de dinheiro. O que acontece é que o Brasil está se tornando muito importante para ser ignorado. No futuro, os donos desses negócios copiados virão ao Brasil trazer suas empresas. Os empreendedores que hoje copiam esses modelos terão capital suficiente para suportar isso? Existe capital de risco disponível no Brasil e essa é uma oportunidade para as empresas daqui fazerem a diferença e tornarem suas marcas globais.
Muita gente questiona quando teremos um Google surgindo no Brasil. Você acha que o país precisa mesmo ter o seu Vale do Silício?
Acho que os Estados Unidos fazem bem algumas inovações. Eu não sei se é bom para um país querer fazer a mesma inovação que outro. Se você quebrar os Estados Unidos em regiões, vai ver que a região de Boston faz a mesma pergunta que vocês. Como assim Boston não tem o seu próprio Google? E a verdade é que existem outros tipos de inovação. É muito difícil criar uma rede social de sucesso fora do Vale do Silício. Já em Boston, o forte é a tecnologia da informação, por causa do MIT. Quando você pensa no Brasil, talvez seja melhor investir nas potencialidades locais do que tentar ser como outros países.
Que conselho daria aos líderes brasileiros? 
A incerteza global é uma oportunidade. Quanto mais dinâmico o mundo, menos estável será para as empresas que estão na liderança. Alguém vai substituir os países que vão perder relevância. E pode ser o Brasil.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Boas festas...!!!


Boas Festas...!

Uma destas velas é para você que acompanhou o blog durante 2012...( sem duplo sentido)
Furtado do blog My purple dreams







Esteja em paz consigo e com os outros; leve este sentimento para o ano inteiro de 2013 e persiga a 
Felicidade

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Jornalismo: agora é hora de entrevistar os previsores ...

Stephen Kanitz - Jornalismo: Como Entrevistar Um Previsor e Verificar a Previsão

Link to O Blog do Stephen Kanitz


Posted: 18 Dec 2012 03:00 AM PST
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Dezembro é o mês das edições com as previsões para o ano seguinte. 

É o mês para sair a campo entrevistando aqueles que preveem o futuro.
A criteriosa seleção destes previsores é o segredo da matéria e a habilidade de verificar a qualidade destas previsões, como foram feitas, no chutômetro ou cientificamente. 
Primeiro, como selecionar a pessoa certa? 
1. Escolha sempre aqueles que acertaram no ano passado. Você não quer começar a matéria explicando porque seu previsor errou na última previsão.
2. Destes, escolha quem acertou também no ano retrasado.
3. E da pequena  lista que sobrou, escolha os que acertaram 80% nos oito anos anteriores. Mesmo assim, não deixe de comunicar aos seus leitores que as chances de seu entrevistado estar errado desta vez, apesar de todos os seus cuidados acima, é ainda de 20%. 
4. Quando as previsões são sobre grandes números como câmbio, inflação, PIB, exija que o previsor mostre em detalhes o modelo econométrico utilizado. 
Pergunte se é um modelo estocástico, nominalista, planilhado, com variáveis Dummy e Plug-Ins.
Se é um modelo de uma ou até 2000 variáveis.
Se a opinião dele for de uma única variável, simplesmente agradeça delicadamente e escolha outro.
Chutômetro não é notícia. Isto é especialmente comum com Previsores Estrangeiros, que vem aqui por dois dias para um seminário e são perguntados sobre as suas previsões para o Brasil.
Isto os coloca numa delicada situação porque cobraram caro, mas eles não têm como elaborar modelos econométricos caríssimos para o Brasil, e não podem dizer a você que simplesmente não sabem.
Alguns de fato chutam, mas outros estão roubando e transmitindo informações de previsores brasileiros, e isto é crime de apropriação intelectual.  
5. Pergunte a média e a variância da estimativa. 
Por exemplo, quando a Revista Exame fazia as suas previsões de crescimento das 500 maiores, além da estimativa de 5%, divulgavam a variância.
"10% das empresas deverão crescer, mais do que 30%, 20% crescerão mais 20%, 10% crescerão 8%,  10% terão queda de vendas de mais do que 25% e assim por diante, até totalizar 100%. 
Naquele ano, nenhuma empresa iria crescer exatamente 5%, o número mais publicado pelos jornais na época. Isto complicou a vida de todos os empreendedores de empresas que iriam crescer muito mais do que isto, gerando um clima de desânimo e desconfiança entre fornecedores.
6. Se a previsão for negativa, como é na maioria das vezes que o entrevistado quer chamar atenção para si às suas custas, não deixe de acrescentar "a previsão do Sr.Dr.Prof. é somente válida se nada for feito pelos empresários, governo, público".
"Parece que o Sr.Dr.Prof. até sabe disto, porque me deu um monte de sugestões como as previsões poderiam ser evitadas se ele fosse conduzido, ao Ministério, Secretaria, Cargo, etc... que ele tem em mente."
Você está fazendo esta entrevista graciosamente por alguma razão, você o está ajudando a arrumar um cargo público, mas não precisa reproduzir o pessimismo para chamar a atenção dos governantes.
7. Entreviste também pessoas que não usam estas previsões por as considerarem inúteis, e pergunte o que êles vão fazer no ano seguinte "apesar das previsões em contrário". Como por exemplo, aquelas empresas da Revista Exame que irão crescer 10% ou acima.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

O PIB pode ser indicador confiável para demonstrar padrão de riqueza e bem estar social de uma sociedade?


sábado, 15 de dezembro de 2012

PIB: somente um resultado contábil



Por que o PIB (Produto Interno Bruto) não representa um indicador adequado para se avaliar o padrão de riqueza e o bem estar social dos habitantes de uma sociedade? Conceitualmente, trata-se da soma, em unidades monetárias, de todos os bens e serviços finais produzidos numa região, e é usado para mensurar a atividade econômica de uma região (País, Estado, Município, etc.).  O PIB per capita seria, portanto, o indicador da riqueza individual desses espaços. Nesse caso, alguns problemas distorcem a ideia da utilização do PIB em sua finalidade de verificar a prosperidade das regiões.

Um primeiro problema diz respeito à concentração de riqueza, o Brasil é um exemplo vivo. Outro exemplo ocorre nas regiões que recebem investimentos estratégicos baseados em recursos naturais ou em grandes projetos de infraestrutura, como a região Norte Fluminense. No caso da atividade petrolífera, onde a produção do petróleo se dá em alto mar, o sistema econômico do município produtor não mantém nenhum tipo de integração com essas atividades, com exceção de Macaé que é sede das estruturas físicas do setor. Mesmo assim, pelo fato da natureza sofisticada das atividades, os atores e agentes locais não são inseridos na proporção desejável, por incompatibilidades diversas. Assim as rendas do petróleo acabam sobrevalorizando a dinâmica econômica local. Tanto isso é verdade, que quando olhamos o PIB per capita de Quissamã, da ordem de R$ 153.770,00 somos levado a dizer que o município é um dos dez mais ricos do país, cuja riqueza per capita é quase dez vezes maior do que a riqueza per capita do Brasil. Até que ponto isso é real?

A outra situação diz respeito aos grandes projetos, especialmente em infraestrutura, cuja base se assenta em recursos naturais. Normalmente são pequenos municípios que recebem bilhões em investimento, cujas atividades são incompatíveis as atividades locais. Neste caso, ocorre um grande fluxo de riqueza que é transferida para os centros, espraiando as externalidades negativas por todo o território. O exemplo mais próximo é o do porto do Açu, cujo investimento de R$ 2,6 bilhões em cinco anos gerou uma massa de riqueza não fixada localmente, enquanto que as mazelas estão cada vez mais presentes (especulação imobiliária, violência urbana, trânsito pesado, crise social pelo processo de desapropriação, crescimento inflacionário, etc.).  

Por conta das questões elencadas, é consenso, mundialmente, a tese de que o PIB está muito longe de ser um indicador que represente, de fato, o padrão de desenvolvimento socioeconômico das regiões. O bem estar de uma sociedade não está relacionado ao volume de riqueza gerada e sim a forma como se dá o processo de geração e distribuição dessa riqueza. Para finalizar, convido o leitor a refletir sobre os sistemas econômicos dos municípios de São João da Barra e São Francisco de Itabapoana, considerando que são vizinhos e que São João da Barra é produtor de petróleo e sede do porto do Açu. Outra reflexão pode ser realizada para a comparação entre os municípios capixabas de Venda Nova do Imigrante na serra e Presidente Kennedy no litoral, sendo esse produtor de petróleo.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Que tal mexer nas regras do futebol atual?


Uma contribuição para modernizar as regras do Futebol Association...
 
O texto tenta alcançar as cabeças de diretores da FIFA e apontar para algumas modificações possíveis nas regras do futebol, que estão defasadas, e que podem dar agilidade, eficácia e maior aceitação dos clubes, dos torcedores, da mídia, dos jogadores, dos juízes, dos patrocinadores, dos proprietários e também acrescentar maior valor agregado ao futebol como evento esportivo, como produto, como entretenimento, como um assunto de mais fácil aceitação, menos hermético entre os apaixonados que teriam mais argumentos técnicos, psicológicos para discutir e avaliar em um jogo.

Defesa da argumentação:
O futebol é o esporte mais popular do mundo. Tem um PIB extraordinário e maior do que a maioria das economias do planeta; tem uma penetração popular e institucional maior do que a ONU com suas atribuições de gerenciamento de conflitos entre nações e as diversas culturas dos povos da Terra; entretanto, a FIFA atrai mais países para a sua Confederação e é tão atraente como assunto que rivaliza em intensidade de paixão com as religiões do mundo e a política; é, talvez, o esporte mais democrático entre o conjunto dos esportes coletivos pois, seus praticantes não são escolhidos por altura, por padrões de físicos diferenciados; seus eventos têm garantia de sucesso e comportamento de commodity nas relações comerciais; a soma dos campos de jogos – os gramados de todo o mundo - garantem um espaço em metragem quadrada maior do que muitos países; os atores do futebol como jogadores, juízes, preparadores técnicos e físicos, massagistas, mordomos, cuidadores de gramados, seguranças de patrimônio, de jogadores, podólogos, almoxarife, eletricistas, encanadores; mais auxiliares de tecnologia de informação, pessoal de suporte da secretaria e outros que estão adensados ao comando dos clubes, como assessores, técnicos de contabilidade; os comentaristas e críticos do esporte, fotógrafos, radialistas que usam milhões de horas em suas atividades, toneladas de papel  que jornais, revistas, blogs utilizam e que traduzidas em termos financeiros somam, certamente uma colossal reunião de moedas de uma infinidade de origens; ou os atletas de ponta e outros agregados do futebol que defendem fortunas, nacionalidades, prestígio profissional, reputação atlética de suas habilidades ou os mantos de suas agremiações; todos os protagonistas são alçados à celebridade com velocidade e ganham espaço na mídia com mais naturalidade do que autoridades que comandam nações; de executivos de importantes e colossais orçamentos de empresas de reconhecimento do mercado internacional; de  celebridades das artes visuais, das artes plásticas.

As atuais regras do futebol são antigas e entravam o rumo natural das ambições do futebol para garantia de seu futuro. Não acompanhar os dias de progresso que o mundo vive através de tecnologias disponíveis prejudicaria o rumo e o progresso do esporte, no mesmo sentido os jogadores menos avaliados por suas condições técnicas poderiam ser alcançados pela modernização das regras com a extensão de visibilidade e de tempo de exposição das habilidades individuais e responsabilidade adquirida pelas novas normas.

Uma das regras, o número de juízes em campo, deve ser aumentado por causa do espaço físico, sete mil metros quadrados, cerca de dois alqueires paulistas, para ser fiscalizado por três fiscais. É pouco e desproporcional para uma atividade tão carregada de emotividade, de paixão sem freios. Um juiz para cada metade do campo seria suficiente para ser fiscalizado com mais competência e rigor técnico.
Em partidas, de vários campeonatos pelo mundo afora, surgem exemplos, gols de que “até Deus duvida”e, todos os espectadores do estádio vêem e ainda os que estão em casa acompanhando pela televisão asseguram que a bola entrou ou em outro caso que não passou pela linha do gol. Somente o juiz, a maior autoridade em importância e envergadura do evento não tem visão clara do fato, o gol. Em muitos momentos é mais do que evidente que os que estariam vendo o jogo pela TV afirmariam que a bola entrou e também ouviriam os xingamentos ofensivos, as ameaças de morte, os arremessos de objetos em direção aos julgadores da partida. Na sequência desses acontecimentos, às vezes selvagens, os jogadores do clube prejudicado costumam fazer reclamação incivilizada, superestimada e irracional, e, em alguns casos, principalmente entre os sul-americanos, que ameaçam os juízes, dificultam providências naturais para o incidente e mais, furtam muitos minutos de um jogo. Evidentemente, que a Federação organizadora, por isso, poderia ser imputada pelo Ministério Público por ter ‘roubado’ das torcidas dos clubes presentes ao estádio um terço da promessa de minutos daquela partida. Essa perda traduzida em valores financeiros tem um cálculo que deveria ser computado na contabilidade do jogo. E o que dizer do furto de minutos de um jogo que era visto pela TV por alguns milhões de pessoas ao redor do mundo? Os torcedores de TV que poderiam acionar os clubes sobre a diminuição dos minutos de um jogo de futebol interrompido por incompetência de “sua senhoria”? E se os patrocinadores adicionassem ao contrato entre clubes e TV's as interrupções como penalização no valor do jogo...?

Outra pequena modificação nas regras de substituição dos atores dos jogos poderia ajudar a resgatar vários minutos das partidas. Qualquer jogador reserva que estiver sentado no banco  – stand by – poderia adentrar ao gramado para substituir um companheiro machucado, expulso, cansado, por precaução do técnico, por iniciativa tática ou para descansar um jogador importante no esquema de ataque, por uma atitude selvagem ao adversário, enfim, para dar mais agilidade ao jogo.
Essa providência daria maior tempo de validade ao profissional mais rodado, mais experiente, mais admirado. Todos os jogadores com mais de 35 anos, tipo Sócrates, Zico, Reinaldo, Juninho Pernambucano e os mais recentes como Rivaldo, Ronaldo e mais  tantos outros exemplos que atraem mais pagantes em seus jogos. Cada jogador poderia voltar ao jogo depois de uma interrupção para descanso ou por intervenção tática.
Uma iniciativa desse cunho daria ao juiz um trunfo para aplicar em melhores condições psicológicas, técnicas suas intervenções no prélio e seriam mais respeitadas.

Outra providência seria permitir o segundo cartão amarelo. Uma partida importante seja ela de um campeonato, de decisão de final de uma competição não podem ser maculados por mesquinharia funcional de um profissional de futebol que conhece as regras de sua profissão e que deveria respeitar suas responsabilidades, seus companheiros, seus adversários, as autoridades, seu clube, seu currículo, seu trabalho, a mídia que o alça e paparica deslavadamente, e, principalmente sua torcida e se comportar racionalmente diante de um compromisso caro, valioso em todos os pontos de vista do esporte mais popular do planeta e que lhe dá sustento, fama e que o faz modelo para jovens que sonham em se tornar um jogador com seus atributos. 

No domingo que passou, no clássico Gre-Nal, se as modificações das regras (?) estivessem sendo usadas naquele jogo não teríamos visto o triste espetáculo de irracionalidade, emoções intempestivas de jogadores interessados no jogo. Os dois atletas do Internacional seriam substituídos e o jogo continuaria sem sustos e ansiedades dos dois lados dos adversários...

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Quem será "O cara" de 2012?


Fora da Caixa

“O Cara” de 2012

O ano ainda está em novembro. Mas já dá para apontar, com bastante segurança, quem vai ser o destaque como Personalidade 2012, quem vai levar a indicação de pessoa que fez a diferença, e outras distinções do gênero: Joaquim Barbosa, que hoje toma posse como presidente do Supremo Tribunal Federal.
Alguém tem alguma dúvida de que se a Ação Penal do Mensalão tivesse outro relator, muito provavelmente o resultado seria o mais-do-mesmo a que estamos acostumados na história de nosso jovem país, que completará seu bicentenário daqui a dez anos?
Mesmo que tivéssemos um relator que fizesse um trabalho tecnicamente irrepreensível do ponto de vista de notório saber jurídico, era preciso um indivíduo que soubesse ir mais além para romper a histórica inércia cultural de um Judiciário excessivamente leniente – e até mesmo frouxo! – com crimes de colarinho branco e políticos.  Era preciso, sobretudo, que o relator soubesse fazer o exercício da liderança.
Com seu saber e com sua liderança; firme, sem vacilações, sem favores, nem cortesias e nem cordialidade hipócrita, Joaquim Barbosa se destaca como O Cara de 2012 porque soube fazer acontecer um marco de possíveis novos rumos para a cultura cívica e política em nosso país.
O resultado do histórico julgamento de 2012 não são apenas condenações para políticos e banqueiros que estavam no centro do poder. Uma das consequências é a mensagem também para as pessoas e para as empresas de que vale a pena jogar de acordo com as regras. E isso é muito bom.
Recentemente assisti em uma reunião anual de uma grande holding brasileira o discurso de seu presidente conclamando os seus diretores a entender o custo altíssimo de quaisquer ações delituosas em nome do sucesso nos negócios. A confidencialidade permanece. Mas a governança e a transparência, que permitem justificar tudo aquilo que é feito, mesmo aquilo feito em caráter sigiloso, se tornam hoje fundamentais.
“Não esperem os senhores – continuou o presidente – que um sigilo possa ser eterno de tal forma que delitos possam ser varridos para sempre para baixo do tapete. Hoje, vivemos em uma sociedade na qual a universalização de câmaras, celulares, redes sociais, internet permitem registros que, no caso de necessidade, inteligência e determinação, podem ser recombinados de forma a contar a história nos seus detalhes mais sórdidos. A minha mensagem de final de ano é de que somos uma empresa que cresce rápido, principalmente por aquisições. Sejam bem vindos os integrantes de cada nova empresa que compramos, mas saibam que essa é uma corporação que tem como valor mais alto o compromisso de jogar respeitando as regras e a Lei.”
Tenho certeza que nesse contexto Joaquim Barbosa não é apenas o Cara de 2012, mas um ícone de um novo Espírito do Tempo para a nação brasileira, um tempo no qual o próprio jeitinho brasileiro vai ter que se redefinir para nos tornarmos uma nação classe mundial. Espero que no mandato de Joaquim Barbosa na presidência do STF, possamos ver abolido o ícone de um outro tempo representado pela Lei de Gérson.
Você é mais jovem e não sabe o que é Lei de Gérson? Taí no youtube a explicação para você!

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

O fim de um passarinho // Stephen Kanitz

https://mail.google.com/mail/u/0/?tab=jm#inbox/13b1c3e3526b1239
Posted: 19 Nov 2012 05:00 AM PST
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Um passarinho, voou para dento da sala e não conseguia mais achar a saída de volta.
Ficou insistindo num vidro fechado que não tinha como abrir.
O estudante idealista parou o jogo de cartas.
_  Precisamos ajudar o coitado do passarinho.
_  Vocês vão parar o jogo só para ajudar um passarinho? disse o banqueiro.
_  Claro que sim, ele precisa de mim.
E foi tentar agarrar o passarinho a todo custo, que obviamente fugia de toda tentativa de ser apanhado.

Escapou mais de cinco vezes, cada vez mais assustado.
_ Posso dar uma sugestão, disse o advogado liberal.
Por que você simplesmente não abre as duas outras janelas desta sala, dando maiores oportunidades para o passarinho achar uma passagem para sairr?
_ Ele já deve ter se metido em enrascadas destas antes, e por tentativa e erro ele achará eventualmente a saída certa.
O estudante, pelo jeito gostou da ideia e abriu as duas janelas como sugerido.
Mas logo teve uma recaída.
- Isto vai demorar.  Aí pegou uma vassoura e começou a tentar induzir o pássaro a voar para a janela mais próxima.
Foi quando o pior aconteceu.
Já confuso e assustado, o pássaro voou com dupla velocidade e bateu no lustre no meio da sala, quebrou o pescoço e caiu como uma pedra.
O banqueiro estava certo.
Se tivessem continuado o jogo o pássaro provavelmente estaria vivo. 
O pássaro não pediu a ajuda de ninguém, e morreu pelo altruísmo de alguém bem intencionado, mas totalmente equivocado.
A solução liberal era uma ajuda indireta, aumentava as chances do pássaro sair sozinho, e assim ninguém poderia acusar o advogado de omissão.
Ao contrário do estudante, que no fundo foi o indutor da morte do pobre coitado.
Por que intelectuais acham que todos nós passarinhos somos perfeitos idiotas, que precisamos da ajuda dos estudantes mais esclarecidos?
Mas o pior da tarde ainda estava por vir.
O estudante correu para o centro da sala, pegou o pássaro carinhosamente na mão e pediu ao mordomo para buscar um pouco de whisky.
O idiota achava que o pássaro estava simplesmente desacordado, e que o cheiro do whisky iria reanimá-lo.
Ele continuou com seu autoengano até o fim, e nenhum de nós, eu infelizmente presenciei esta cena, teve a coragem de dizer que o pássaro estava morto.
Ele continuou achando que o pássaro estava salvo e que seu altruísmo não foi em vão.
E assim lentamente, os passarinhos foram lentamente morrendo um após o outro, e no fim só sobraram alguns cidadãos muito altruístas, vivendo à custa do governo. 

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Condomínio de Ideias: Câmara de Vereadores Genéricos: "Bom dia, dona Dil...

Condomínio de Ideias: Câmara de Vereadores Genéricos: "Bom dia, dona Dil...: Câmara de Vereadores Genéricos: "Bom dia, dona Dilma! Fiquei preocupada com o anún... : BRASIL CARINHOSO Bom dia, dona Dilma! Eu também a...
Carta de uma professora aposentada e preocupada com o objetivo do programa "Brasil Carinhoso"

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

O melhor currículo já escrito // Stephen Kanitz


Posted: 06 Nov 2012 06:37 AM PST
O estudante Hugh Gallagher submeteu este curriculo a New York University, 
entrou e se formou em 1994. Vale a pena ler. 
Além do humor, a última frase é a chave, ao valorizar a NYU.
Eu sou uma pessoa dinâmica, escalo montanhas, muitas 
vezes já fui visto triturando gelo.
Eu sou conhecido por remodelar estações de trem nas 
minhas horas vagas, tornando-as mais eficientes na 
área de retenção de calor.
Traduzo poemas étnicos para refugiados cubanos, 
já escrevi operas premiadas, sei
gerenciar meu tempo de forma eficiente.
Sei seduzir mulheres com meu jeito sensual de tocar
o trombone, cozinho um Brownie de 30 minutos em 20 minutos.
Usando apenas uma enxada e água, uma vez eu, 
sozinho, defendi uma pequena aldeia na Bacia Amazônica
de uma horda de formigas ferozes.
Eu toco violoncelo bluegrass, fui sondado pelo Mets, 
sou o assunto de vários documentários. 
Quando estou entediado, construo pontes suspensas 
no meu quintal.
Gosto de voar asa-delta. 
Às quartas-feiras, depois da escola, conserto 
aparelhos elétricos gratuitamente.
Eu sou um artista abstrato, um analista de concreto, 
e um apostador implacável.
Mas apesar de tudo isto, 
eu ainda não consegui entrar numa faculdade.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Filhos, ... melhor não te-los? // Café Filosófico // Rosely Sayão

http://www.cpflcultura.com.br/2010/11/12/filhos%E2%80%A6-melhor-nao-te-los-%E2%80%93-rosely-sayao/




Filhos… melhor não tê-los? – Rosely Sayão

Perto de 60 minutos de conferência...!


Assista acima ao programa editado.
Ter filhos é algo que assusta ou fascina os novos pais? A psicóloga Rosely Sayão parte de uma análise dos valores contemporâneos para falar sobre o modelo e o papel da família hoje. E  amplia o tema, tirando-o de dentro das quatro paredes da casa para discuti-lo entre os muros da escola.

Brasil é modelo de desenvolvimento?

http://www.jb.com.br/plataforma-politica-social/noticias/2012/11/05/brasil-um-novo-modelo-de-desenvolvimento/




País - Plataforma Política Social

Brasil: um novo modelo de desenvolvimento?

Jornal do BrasilFabrício Augusto de Oliveira*
Este é o segundo artigo da parceria entre o Jornal do Brasil e a Plataforma Política Social. As publicações ocorrem todas as segundas, quartas e sextas. Leia a íntegra abaixo.
A flexibilização dos componentes do tripé macroeconômico no governo atual, vigente no Brasil desde o segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, composto por metas de inflação, de superávit primário e câmbio flutuante, bem como a maior ênfase que vem sendo dado, de um lado, à redução do custo-Brasil, com a diminuição do preço da energia, o lançamento de programas de infraestrutura econômica, e, de outro, também ao fortalecimento do mercado interno, via consumo, têm suscitado opiniões de diversos analistas.
Eles enxergam nestas medidas a construção de um novo modelo de desenvolvimento, com uma maior convergência entre o econômico e o social. Nessa visão, a desmontagem gradual dos alicerces do modelo econômico da era do Real, incapaz, por sua arquitetura, de estabelecer uma ponte entre o curto e o longo prazo, estaria, dessa maneira, dando lugar a um novo modelo de desenvolvimento que combina crescimento com inclusão social. 
Em favor dessa visão, é possível constatar ter aumentado, de fato, a tolerância do governo (inclusive do Banco Central) com a inflação, tendo-se substituído a obsessão com o atingimento da meta central de 4,5% por um nível superior contemplado neste regime, desde que este, contudo, não ultrapasse o teto previsto de 6,5%. De outro, a acomodação do câmbio e sua manutenção na faixa de R$ 2,00/2,10, que parece estar encontrando um governo disposto a impedir quedas abaixo deste nível, visando conter sua maior valorização. Por último, a flexibilização das metas de superávit primário para acomodar gastos governamentais necessários para sustentar a atividade econômica.  
O fato, entretanto, é que por detrás destes movimentos, encontra-se uma crise mundial de grande complexidade, cuja duração promete ser longa. Seria insensato manter intocado este modelo anticrescimento, sob pena de o Brasil defrontar-se rapidamente com uma recessão, na ausência de uma política anticíclica, a qual necessita dessas mudanças para ser efetiva. Só com essa iniciativa torna-se possível mitigar os efeitos desta crise e garantir um crescimento mínimo, ainda que modesto, da atividade econômica. Além disso, existem outras condições objetivas para o afrouxamento: juros reais negativos no mundo desenvolvido destoantes das elevadas taxas praticadas no Brasil, para garantir o centro da meta da inflação, com o risco de mergulho na recessão; avanço da queda da SELIC (de 12,5% em agosto de 2011 para os atuais 7,5%), reduzindo o déficit público nominal e a necessidade de geração de superávits primários tão elevados, ampliando, com isso, os espaços para o aumento dos gastos reais; efeitos da crise sobre um comércio exterior em declínio, penalizando a indústria brasileira, especialmente a de transformação, asfixiada por perda crescente de competitividade, e ameaçando o retorno da vulnerabilidade externa, condicionando a realização da (modesta) desvalorização do câmbio e o estabelecimento de um piso para a paridade ocorrida, por meio de uma série de medidas adotadas, para atenuar este quadro. 
Estes ajustes finos, realizados defensivamente dentro de certos limites, não parecem autorizar ilações feitas sobre o abandono do tripé para a construção de um novo modelo. Se isso estivesse, de fato, ocorrendo, o câmbio estaria mais desvalorizado (mais competitivo), assim como em andamento uma proposta de reforma tributária modernizadora, a SELIC mais reduzida e os investimentos públicos mais expressivos e em progressivo crescimento. Menos que a construção de um novo modelo de desenvolvimento, parece ser a reação defensiva à crise que tem respondido pela flexibilização dos componentes do tripé econômico, observados certos limites. 
É bem verdade que, como resultado da bonança econômica mundial da década de 2000, na qual os países emergentes navegaram como atores privilegiados, o crescimento mais robusto acarretou um forte aquecimento do mercado de trabalho, engendrando efeitos benéficos para a expansão do emprego e o aumento do salário real dos trabalhadores, o que foi reforçado, com os expressivos ganhos reais do salário mínimo e das transferências diretas de renda para as famílias (previdência social e bolsa-família, notadamente). E, posteriormente, com a política anticíclica adotada pelo governo, apoiada no consumo, em reação às crises do subprime e da dívida soberana europeia, por meio da expansão do crédito, de reduções de alíquotas e desonerações de impostos e contribuições sociais de setores relevantes para a atividade econômica. 
Como resultado, observou-se melhoria em todos os indicadores sociais, inclusive de acesso ao consumo de bens mais sofisticados por parte dos trabalhadores, o que foi saudado por alguns analistas oficiais, apoiando-se num conceito restrito de renda – e também limitado de seu nível -, como revelador da emergência de uma “nova classe média”. Tais melhorias não se observaram, contudo, exclusivamente no Brasil, como sendo produto de uma política deliberadamente voltada para este objetivo, mas em todos países emergentes, incluindo os da América Latina. 
De qualquer forma, o crescimento pelo consumo parece estar no seu limite (baixa taxa de desemprego, alto endividamento familiar e de níveis de inadimplência etc.) que tem, nos reduzidos níveis de investimento do setor privado, devido à crise de confiança no futuro da economia e no elevado custo-Brasil (câmbio não-competitivo, elevada carga tributária, precária infraestrutura econômica, burocracia, insuficiência de mão-de-obra qualificada) os principais obstáculos para continuar seu avanço, e uma indústria de transformação em situação de desestruturação, devido à concorrência dos produtos importados, colocando riscos para o retorno da vulnerabilidade externa. 
Neste quadro, os programas de investimentos em infraestrutura – notadamente em rodovias e ferrovias -, pelos seus efeitos indutores e multiplicadores, repontam como alternativa importante para reforçar, ao lado do consumo, a sustentação de um nível mínimo de atividade econômica, ao mesmo tempo em que representam o início da retirada de algumas pedras que obstam um crescimento mais sustentado. No entanto, além de sua materialização depender fortemente do investimento do setor privado, envolto numa crise de confiança e avesso a projetos de longa maturação, ainda restam outros desafios a serem vencidos para sua viabilização, como a definição do marco regulatório dos setores neles contemplados, dos modelos de parceria com o setor privado, garantias de rentabilidade e mecanismos confiáveis de financiamento. 
Se a reação à crise e os ajustes conjunturais realizados no seu enfrentamento têm levado ao erguimento de novas vigas na economia, que estão sendo vistas como o início de construção de um novo edifício, enquanto subsistirem os principais alicerces do modelo econômico vigente, e não forem realizadas reformas transformadoras que resgatem a indústria do país, a competitividade da produção nacional, os instrumentos do Estado em favor de um desenvolvimento econômico e social mais equilibrado, aquelas dificilmente conseguirão fundar-se em bases sólidas. 
“Plataforma Política Social – Agenda para o Brasil do Século XXI” é o núcleo multidisciplinar e suprapartidário que reune mais de uma centena de pesquisadores e profissionais ligados a mais de vinte universidades, centros de pesquisa, órgãos do governo e entidades da sociedade civil e do movimento social. Pretende participar do debate nacional, identificar desafios e contribuir para a formulação de uma agenda de desenvolvimento para o país”.
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